segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

ATRITE-SE

Ninguém muda ninguém;
ninguém muda sozinho;
nós mudamos nos encontros.
Simples, mas profundo, preciso.
É nos relacionamentos que nos transformamos.

Somos transformados a partir dos encontros,
desde que estejamos abertos e livres para sermos impactados
pela ideia e sentimento do outro.

Você já viu a diferença que há entre as pedras
que estão na nascente de um rio, e as pedras que estão em sua foz?
As pedras na nascente são toscas, pontiagudas, cheias de arestas.

À medida que elas vão sendo carregadas pelo rio sofrendo a ação da água e se atritando com as outras pedras, ao longo de muitos anos,
elas vão sendo polidas, desbastadas.

Assim também agem nossos contatos humanos.
Sem eles, a vida seria monótona, árida.
A observação mais importante é constatar
que não existem sentimentos, bons ou ruins, sem a existência do outro, sem o seu contato.
Passar pela vida sem se permitir um relacionamento próximo com o outro, é não crescer, não evoluir, não se transformar.

É começar e terminar a existência com uma forma tosca, pontiaguda, amorfa.
Quando olho para trás, vejo que hoje carrego em meu ser várias marcas de pessoas extremamente importantes.

Pessoas que, no contato com elas, me permitiram ir dando forma ao que sou, eliminando arestas,
transformando-me em alguém melhor, mais suave, mais harmônico, mais integrado.
Outras, sem dúvidas,
com suas ações e palavras me criaram novas arestas, que precisaram ser desbastadas.

Faz parte... Reveses momentâneos
servem para o crescimento. A isso chamamos experiência.
Penso que existe algo mais profundo, ainda nessa análise.
Começamos a jornada da vida como grandes pedras, cheia de excessos.

Os seres de grande valor,
percebem que ao final da vida, foram perdendo todos os excessos que formavam suas arestas, se aproximando cada vez mais de sua essência, e ficando cada vez menores, menores, menores...

Quando finalmente aceitamos que somos pequenos, ínfimos, dada a compreensão da existência e importância do outro, e principalmente da grandeza de Deus, é que finalmente nos tornamos grandes em valor.

Já viu o tamanho do diamante polido, lapidado?
Sabemos quanto se tira de excesso para chegar ao seu âmago.

É lá que está o verdadeiro valor...
Pois, Deus fez a cada um de nós com um âmago bem forte e muito parecido com o diamante bruto, constituído de muitos elementos, mas essencialmente de amor.
Deus deu a cada um de nós essa capacidade,
a de amar... Mas temos que aprender como.

Para chegarmos a esse âmago, temos que nos permitir, por meio dos relacionamentos, ir desbastando todos os excessos que nos impedem de usá-lo, de fazê-lo brilhar.

Por muito tempo em minha vida acreditei que amar significava evitar sentimentos ruins.
Não entendia que ferir e ser ferido, ter e provocar raiva, ignorar e ser ignorado faz parte da construção do aprendizado do amor.

Não compreendia que se aprende a amar sentindo todos esses sentimentos contraditórios e... os superando.
Ora, esse sentimentos simplesmente não ocorrem se não houver envolvimento...

E envolvimento gera atrito. Minha palavra final: ATRITE-SE!
Não existe outra forma de descobrir o amor. E sem ele a vida não tem significado.


(Roberto Crema, psicólogo e antropólogo)

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Procrastinação

O que é procrastinação?

Sabe aquela apresentação difícil do trabalho que você tinha dez dias para preparar e no primeiro dia você pensou “Amanhã eu começo, ainda tenho bastante tempo”. E no dia seguinte não deu para fazer, porque você estava atolado de outras coisas pra fazer. Chega o final de semana e você pensa: “Vou descansar esse final de semana e começo a semana que vem renovado. E a prioridade será preparar a apresentação”. Os dias vão passando e você vai adiando, arranjando “desculpas” para não fazer essa apresentação do trabalho. Seja porque ela é muito difícil, ou porque você terá que perder muito do seu tempo pra realizá-la, ou simplesmente porque você não gosta da tarefa. E quando você se dá conta já está em cima da hora, você faz tudo correndo, pede um prazo maior, entrega com atraso, foge do chefe para não ter que entregar o trabalho.
Esse adiamento todo é conhecido como procrastinação.

E isso acontece muito e com muita gente no trabalho, nos estudos, na vida social, nos cuidados com a saúde e até com tarefas do cotidiano. Isto porque temos dificuldade de lidar com tarefas difíceis que só nós trarão retorno prazeroso a longo prazo (ou nem trarão retorno algum), e acabamos dando prioridade àquelas tarefas em que obtemos um prazer mais imediato, ou que são mais fáceis de realizar. Geralmente a procrastinação vem acompanhada de muito sofrimento, angústia, nervosismo, medo, perda de autoestima, peso na consciência e sensação de incompetência, e pode levar a problemas mais sérios como crise de ansiedade ou depressão. Pessoas com esse problema são taxadas muitas vezes pelas outras como irresponsáveis, imaturas, desorganizadas e acabam elas próprias acreditando nisso, ao invés de perceber que isso é um problema e como tal pode e deve ser tratado.

Como tratar a procastinação com psicoterapia comportalmental

Todo comportamento é aprendido durante a nossa vida de acordo com a nossa interação com o mundo. Nós aprendemos a nos comportar de determinadas maneiras, tornando o adiamento um hábito. No caso de pessoas que sofrem com os malefícios da procrastinação, na terapia será realizado um trabalho pra entender o que leva a pessoa a ter tal comportamento hoje, quais suas causas, identificar facilidades e dificuldades na realização de tarefas, compreender os sentimentos envolvidos neste processo e trabalhar para a aquisição de novos comportamentos mais adequados.
Outra técnica constantemente utilizada é a fragmentação das tarefas em pequenos processos, metas e objetivos, que normalmente são mais fáceis de serem realizados e alcançados do que quando se pensa na tarefa como um todo. O desenvolvimento de novas habilidades que venham a facilitar o desenvolvimento das tarefas também é aconselhável.
Autora: Ingrid Machado - Psicóloga 
https://www.psicologosberrini.com.br/terapia-cognitivo-comportamental/procrastinacao/
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