sexta-feira, 20 de abril de 2018

A Psicologia em La Casa de Papel



A atual série La Casa de Papel está fazendo muito sucesso entre diversos públicos, então que tal refletirmos um pouco sobre a psicologia por trás dos personagens da trama? A história se desenvolve com base em paradoxos, e o que nos provoca tanta empatia é o fato de que os personagens possuem vertentes positivas e negativas simultaneamente. Ou seja, os erros que eles cometem decorrem da tentativa de compensar algum sentimento negativo, que juntamente com a impulsividade no momento, acaba resultando em atitudes impensadas, com consequências que podem ser negativas, resultando assim em uma reação em cadeia.
Quanto aos personagens individualmente, vamos começar com Oslo e Helsinki. Ambos, psicologicamente falando, representam a força do grupo, e a aparência física dos personagens se insere de forma a passar confiabilidade para a equipe.
Denver já se mostra com uma personalidade mais infantilizada, confusa e impulsiva que, ao longo da série, se contrapõe com traços românticos e cuidadosos. É um personagem bem ambivalente e acaba tendo Moscou como âncora psicológica.
Falando em Moscou, esse personagem é uma figura muito forte a partir do ponto de vista moral, representa um pai para o grupo, cuidadoso, e em contra partida, também carrega consigo o papel de homem culpado, que toma atitudes negativas a partir disso.
Já o Rio é passional, sonhador e o mais inocente do grupo, pois antes do assalto era um hacker que realizava ações contra o sistema e se via como uma figura ‘’rebelde’’ e não como alguém problemático com vida destruída. O personagem também distorce a realidade quando se apaixona por Tokio.
Tokio possui uma personalidade ácida, é ressentida e compensa qualquer senso de inferioridade com força física. Representa a figura de mais difícil recuperação, pois é alguém que não se acha digna de atenção e por isso se antecipa as situações e afasta as pessoas. Se sente destruída e por isso destrói.
Nairobi é carismática e cresce na série de forma a se tornar uma figura forte e atraente devido ao seu fluxo de personalidade e desenvoltura que se sobrepõe a forma, não convencionada socialmente, de beleza da personagem.
Berlim é o mais próximo da figura de um psicopata dentro da serie. É extremamente narcisista e essa faceta do narcisismo leva o personagem a tomar atitudes sem se importar com os outros, tão centrado em sua própria narrativa que não percebe o quadro geral de algumas situações ao seu redor. Não sente remorso nem culpa.
E para finalizar, o professor. O personagem se identifica com seu pai, que assaltava para bancar custos médicos, e por isso entende como justificável, dessa forma, escolhe fabricar dinheiro na casa da moeda como uma garantia de manter essa moralidade. Possivelmente possui um transtorno de personalidade obsessiva, no qual tenta controlar todas as variáveis e se antecipar as situações, se mostrando uma pessoa metódica, meticulosa e justa. Se sente um pouco inadequado, o que é compatível com a inteligência excessiva do personagem como alguém sem muita sociabilidade. Possui uma enorme paciência, resiliência e passou uma vida vivendo emoções mornas e se contendo (característica do obsessivo) e é por isso que se apaixona inesperadamente por Raquel.

Comente suas impressões sobre a série, sobre essa análise e converse conosco.








Bibliografia: vídeo por Frederico Mattos (La Casa de Papel - Análise Psicológica)

Um comentário:

  1. Gostar dos personagens e entrar na onda dos ladrões ? Será que estou com a síndrome de Estocolmo ?

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